A depressão é muito comum nos adolescentes. O jovem deprimido confia pouco em si mesmo, tem auto-estima baixa, experimenta alterações no apetite e no sono, se auto-acusa e tem lentidão dos pensamentos. Vê a si mesmo como sem valor e, por isso, atribui suas experiências desprazeirosas a alguma falha pessoal. Tem uma visão negativa do futuro e sente que suas dores e frustrações não serão aliviadas. Estes sentimentos levam a prejuízo na saúde, dos estudos e dos relacionamentos interpessoais.
Durante um episódio depressivo o jovem costuma sentir-se inquieto ou irritado, isolar-se de amigos ou familiares, ter dificuldade de se concentrar nas tarefas, perder o interesse ou o prazer em atividades que antes gostava de realizar, sentir-se desesperançado e ter sentimentos de culpa e perda do prazer em viver. Pode também ter alterações do sono, por exemplo, ir dormir mais tarde do que costumava fazer, acordar cedo demais, ter sonolência durante o dia; e do apetite, que o leva a ganhar ou perder peso.
O jovem deprimido pode se sentir impotente para sair desta espiral descendente e, realmente, necessita de auxílio para melhorar. Este auxílio poderá vir de qualquer adulto confiável, mas a pessoa mais qualificada para ajudar nestes casos é profissional da área de saúde mental com habilidade em psicoterapia. Romper o isolamento depressivo é o primeiro passo para a mudança. Falar abertamente de seus sentimentos com um psicólogo costuma ser de inestimável valor.
Um jovem que ameaça ou tenta suicídio está revelando um completo colapso dos mecanismos adaptativos e precisa urgentemente de auxílio especializado. Como a depressão pode ter causas tanto biológicas e hereditárias quanto psicossociais, o tratamento pode incluir combinações de medicação antidepressiva com psicoterapia e manejo familiar.
É fundamental no atendimento do adolescente suicida:
- Levar a sério o paciente;
- Avaliar os riscos e as pessoas capazes de auxiliar na proteção do jovem;
- Manter uma atitude não crítica e não julgadora;
- Desenvolver uma escuta atenta e pacienciosa sobre os motivos que levam o adolescente a cogitar o suicídio;
- Ressaltar a esperança na possibilidade de melhora pela psicoterapia ou pela medicação antidepressiva.