Certamente a Esquizofrenia tem sido tema de muitas discussões entre os cientistas, visto que é a principal forma de psicose com importância clínica relevante e muito comum na atualidade. É uma doença mental crônica que deve ser tratada durante toda a vida, fazendo parte do ciclo do paciente acometido pela doença. Dentre as variáveis que afetam a saúde mental, para o pesquisador Dalgalarrondo (2000) a esquizofrenia é a que requer maior destaque e se subdivide em várias categorias, mas todas elas apresentam desorganização mental e comportamental, trazendo prejuízos significativo na vida da pessoa.
O termo proposto por Eugen Bleuler em 1911, por exemplo, para substituir demência precoce, engloba vários tipos de transtornos cognitivos, emocionais e comportamentais como alucinações, delírios (de perseguição por exemplo), pensamentos irrealistas e bizarros, afeto inadequado, empobrecimento emocionais, perda do sentimento de realidade (desrealização), despersonalização, estupor, mutismo, maneirismos tolos e repetitivos, linhagem esquisita e gestos infantis. (KAPLAN, SADOCK, GREBB, 1997)
Não se sabe ao certo as causas, sintomas e características da esquizofrenia, mas vários estudiosos do assunto se empenharam nessa investigação, procurando integrar a disposição do organismo, a sua vulnerabilidade específica e os fatores estressantes, uma vida familiar continuamente conflitual durante os anos de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Existem outras hipóteses que considera a genética, em que se nota prevalência de pais esquizofrênicos, que possivelmente geram filhos esquizofrênicos. Há também as teorias que enfatizam as relações psicossociais. As abordagens analíticas por exemplo veem a esquizofrenia como resultante de um desajuste entre o ego e a realidade exterior, tendo como causa básica conflitos e frustrações ao longo do desenvolvimento, levando a criança a se retrair.
Acredito que, falar sobre a Esquizofrenia, uma patologia tão importante, como àquela induzida por substâncias psicoativas, chamada de psicose tóxica, Incluindo em especial as drogas ilícitas, tem sido uma preocupação da sociedade como um todo e, é destaque na mídia nas últimas décadas.
Cada pessoa se caracteriza de forma diferente, individual de se relacionar com as substâncias químicas. O uso de substâncias psicoativas e a busca do prazer e da necessidade de satisfação dos instintos dão a impressão que é algo contemporâneo, quando na verdade é um fenômeno que acompanha toda a história da humanidade. (SILVEIRA E MOREIRA, 2006)
Não há uma única razão que explique porque algumas pessoas, passam a abusar de drogas psicoativas. Existem vários fatores que levam o homem ao uso abusivo de drogas. Para muitos adolescentes por exemplo, pressão dos companheiros, aceitação do grupo, sensação de pertencimento, expressão de hostilidade e independência em relação aos pais e professores, para reduzir sensações desagradáveis (tensão, ansiedade, solidão, tristeza, sensação de impotência e outras). (DALGALARRONDO, 2000)
A droga proporciona momentaneamente um viver melhor, onde se experimenta uma sensação desconhecida, distanciando-se da realidade das coisas e limitando-se ao cuidado consigo mesmo.
Na medida em que alguém faz uso da droga procurando silenciar ou modificar a sua condição, tendendo ignorar os próprios limites, podem, com o passar de tempo, aprisionar-se nessa maneira restrita de cuidar de si, instalando-se assim a dependência, monopolizando o indivíduo à uma existência e substitui praticamente outra possibilidade de realização. Para cada tipo de droga pode haver diferentes sinais de abstinência, geralmente os sintomas são: ansiedade, inquietação, náuseas, tremor, sudorese, podendo em alguns casos levar a como e morte.
Os quadros psicóticos têm ação direta no cérebro, esse quadro é de curta duração, horas ou no máximo dias sua ação vai desaparecendo no sistema nervoso. Geralmente os sintomas incluem: rebaixamento do nível de consciência, confusão mental, ilusões e alucinações visuais (menos frequentemente auditivas), medo e perplexidade. As drogas que mais frequentemente produzem esses quadros tóxicos são os alucinógenos (LSD, psilocibina e outros) e as anfetaminas. A cocaína e a maconha em altas doses podem também produzir psicoses tóxicas.
Para o psiquiatra Alexandre Proença, o álcool e a maconha entram como principal desencadeante associado com a esquizofrenia.
Vale lembrar que o uso isolado de drogas não desencadeia a esquizofrenia, porém os quadros psicóticos crônicos aumentam em pessoas com vulnerabilidade, principalmente a maconha. Quando o indivíduo já tem a doença o uso de substância psicoativa pode agravar os sintomas, dificultando ainda mais a forma de lidar com o sofrimento, angústia, aumentando o tempo de internação, as taxas de recaídas, infecções, violência e suicídio e diminuindo a adesão ao tratamento”. Entre as drogas, um estudo feito pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, destacou também o consumo de bebidas alcoólicas como fator de risco.
A maior parte dos dependentes procuram aumentar o consumo até o ponto mais elevado, até a estabilização da dose. Há com frequência, períodos de aumento e diminuição, assim como abstinências e recaídas. Com o passar do tempo o indivíduo passa a se preocupar com a aquisição do mesmo, levando-o a se desinteressar de vários aspectos da vida, causando importante impacto na família.
A dependência química desencadeia psicopatologias importantes de psicoses tóxicas, quadro de esquizofrenia em si comumente pode ser representado por falta de motivação e ter dificuldades para falar e demonstrar afeto, são sintomas menores que levam a distúrbios importantes dentro da doença. Vários fatores podem desencadear essa doença.
Acredito que o uso e abuso das drogas causam danos às vezes muito difícil de reverter, é necessário, terapias e equipes interdisciplinares para dar um suporte necessário, incluindo acompanhamento psiquiátrico, medicação para conter o sofrimento.
O assunto me leva a crer, o quanto, uma família estruturada pode transmitir segurança e limite à uma criança, dando a ela possibilidade de desenvolver mecanismos para lidar com os conflitos e frustrações, assim deixam de usar a “droga” (Causando dependência), como refúgio, artifícios para fugir de sua realidade. Penso também que na esquizofrenia, o psiquismo por falta de
estrutura para lidar com os conflitos o sujeito se desintegra da realidade que não deu conta por falta dessa estrutura.
Na minha visão, a família exerce um poder significativo na formação de um indivíduo e o quanto elas servem de modelo, influenciando negativa ou positivamente frente aos problemas e conflitos que surgem durante seu desenvolvimento. A influência negativa, possivelmente leva o desencadeamento de patologias importantes como o uso e abuso de substâncias psicoativas levando a quadros de psicoses dentro da Esquizofrenia. Com certeza é tranquilizador viver dentro de um ambiente seguro para estabelecer um psiquismo saudável
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSUMPÇÃO F. Práticas psicoterápicas na infância e na adolescência. São Paulo: 2002. p. 261-264.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000
KAPLAN, Jack A; SADOCK, Benjamin; GREBB, Harold. Compêndio de psiquiatria – ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 7 ed. Porto Alegre: 1997.
PROENÇA, Alexandre. Esquizofrenia: por que algumas drogas podem desencadear a doença? Cuidados pela vida, 2019. Disponível em:
<https://cuidadospelavida.com.br/saude-e- tratamento/esquizofrenia/esquizofrenia-drogas> Acesso em: 22, set, 2021.
SILVA, Regina Cláudia Barbosa. Esquizofrenia: uma revisão. Scielo, 2006. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/pusp/a/Vt9jGsLzGs535fdrsXKHXzb/?lang=pt> Acesso em: 21, set, 2021.
SILVEIRA, Dartiu Xavier; MOREIRA, Fernanda Gonçalves. Panorama atual de drogas e dependências. 1ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.