Carl Jung (1991) referia-se às depressões que ocorriam tanto nos homens quanto nas mulheres por volta da meia-idade. Segundo o autor, esta fase tem início com uma mudança modesta e sutil, muitas vezes desapercebida. Às vezes, uma transformação lenta do caráter da pessoa; outras vezes, são traços esquecidos da infância que voltam à tona. Antigas inclinações e interesses habituais começam a diminuir e são substituídos por novos. Da mesma forma como não conseguiram se libertar da infância, também agora os adultos se mostram incapazes de renunciar à juventude. Temem os pensamentos sombrios da velhice que se aproxima, tarefas desconhecidas e perigosas, sacrifícios e perdas que não têm condições de assumir.
Erik Erikson e J. M. Erickson (1998) descreveram o processo de desenvolvimento humano como sendo marcado por oito estágios básicos e composto por tarefas evolutivas. Cada um destes períodos, caracterizados por conflitos diferentes, deve ser resolvido pelo indivíduo que o vivencia. Cada estágio apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos e é marcado por crises emocionais, percebidas como inevitáveis. Se enfrentadas com sucesso, mais saudável o desenvolvimento será. Quando a crise é resolvida, a mudança de personalidade se estabelece, fazendo com que o indivíduo esteja pronto para enfrentar o estágio seguinte. Dessa maneira, cada período da existência adulta exigirá reorientação e reorganização do psiquismo. A crise da meia-idade caracteriza-se pela antítese generatividade versus estagnação.
A meia-idade e a terceira-idade constituem fases de vida intrinsecamente relacionadas (assim como toda a trajetória de vida). De acordo com a Organização Mundial de Saúde o envelhecimento se estabelece em quatro estágios: meia-idade (45 a 59 anos), idoso (60 a 74 anos), ancião (75 a 90 anos) e velhice extrema (90 anos em diante). As fases da meia-idade e da terceira idade são conceituadas como um período de vida, compreendendo uma estrutura que considera o fator tempo e a interação dos fatores biológicos, ambientais, sociais e comportamentais, de menor expectativa de vida.
Cientistas definiram um novo conceito de meia-idade e acreditam que isso pode explicar por que as populações estão envelhecendo, mas ao mesmo tempo parecem estar rejuvenescendo. Em vez de medir a idade levando em conta o tempo vivido pela pessoa, eles preferiram ver quantos anos a mais a pessoa ainda pode viver. O envelhecimento pode ser inevitável, mas atualmente muitos agem de maneira diferente do que seus pais quando tinham a mesma idade.
Os 40 anos são celebrados como a década em que podemos ficar confortáveis e confiantes tanto em termos pessoais quanto financeiros. Mas isso não significa que as pessoas queiram aparentar a idade que têm. Dietas mais saudáveis, expectativas de vida mais elevadas e maior renda ajudam a conter o envelhecimento.