Você conhece a teoria dos sete anos? Já ouviu a sabedoria popular que a vida é dividida em ciclos de 7 anos? Gudrun Burjkard, escritora alemã escreveu sobre isto no livro TOMAR A VIDA NAS PRÓPRIAS MÃOS.
A vida humana, segundo Gudrun Bukhard é dividida em setênios (período de 7 anos). Assim dividido:
No primeiro setênio (0/7 anos), a criança desenvolve 3 faculdades: andar, falar e pensar. Descobre a diversidade existente no mundo e nesta fase a atividade lúdica é muito importante. As doenças infantis seriam crises de renovação: sarampo, catapora etc. O aprendizado infantil baseia-se principalmente na imitação dos adultos. É é delineada a formação física. A estrutura orgânica do ser humano se completa com a expulsão das células hereditárias mais duras, como os dentes de leite.
O segundo setênio (7/14 anos) começa com a ida à escola. A principal característica desse ciclo é a troca de experiências com o mundo exterior. Para a criança, a autoridade do professor é aceita normalmente. A fantasia continua importante, como era no primeiro setênio. É o ciclo da formação de conceitos, costumes e hábitos. Aos 9 anos ocorre o “acordar do eu”. Nesse ciclo define-se o temperamento da pessoa humana.
Durante o terceiro setênio (14/21 anos), os membros se alongam, consolidam-se os ossos e crescem os músculos. A prática esportiva é muito importante, para a coordenação dos movimentos. No homem, a voz engrossa. Na mulher crescem os seios e os quadris. É a fase da “queda do paraíso”, o homem e a mulher vão em busca da “outra metade”. Há revolta contra os pais, crítica contra tudo e a busca da independência emocional, que seria devido ao nascimento do “corpo astral”. Nesse setênio, há divisão entre os “ideais” e as necessidades ditadas pelos instintos, e há a identificação com ídolos. Segundo Burkhard, aos 18 anos e meio o jovem passa pelo primeiro nodo lunar, devido à repetição da posição Sol-Lua na hora do nascimento. Algumas percepções tênues ajudam a escolher a carreira profissional. Nesse ciclo, o jovem busca a verdade do mundo. A maturidade do cérebro completa-se aos 21 anos, iniciada aos 14. O início do setênio começa com a maturidade sexual (14 anos) e termina com a maturidade civil (21 anos).
O quarto setênio (21/28 anos) começa com a maioridade civil e a consciência de ter que sustentar-se e sobreviver entre os adultos. Segundo Burkhard,
nessa fase é importante matar psicologicamente a imagem do pai e da mãe, e há o risco de refugiar-se na droga, na depressão ou na religião (?). Nesse
período se formam as bases afetivas e profissionais, além da necessidade do ser humano ter sua própria turma.
No quinto setênio (28/35 anos), a maioria das pessoas passa a se defrontar consigo mesmo. Os 28 anos são um verdadeiro ponto de inflexão. Olhando-se no espelho, a pessoa passa a se perguntar sobre a vida, se é isso mesmo o que ela tem ou se existe algo mais. É a época de tomar um rumo definitivo na vida, pois daí em diante tudo caminha para o fim. O homem, mais racional, desenvolve os sentimentos. A mulher, mais sentimental, passa a desenvolver o lado racional.
No sexto setênio (35/42 anos) começa o declínio físico. A queda da vitalidade gera uma predisposição fisiológica que permitirá a ampliação da consciência. Esta fase é propícia à percepção da essência da vida, da integração com o cosmos. A passagem dos 37 anos (segundo nodo lunar) marca
uma nova abertura. Jung diz que o anjo da morte se faz sentir. Nesse período pode haver a “crise de autenticidade” intelectual, em que cada um avalia a
própria capacidade de organização. Os sonhos são desmitificados. É importante resgatar o espaço individual para desfrutar da liberdade física, psicológica e espiritual.
No sétimo setênio (42/49 anos) a pessoa entra em crise existencial. O declínio físico se acentua, a mulher entra na menopausa (perda dos hormônios
femininos), o homem perde a musculatura e o metabolismo das pessoas se torna mais lento. Devido à imaturidade, ambos os sexos correm o risco de entrar numa disputa para reviver a adolescência – a famosa “idade do(a) lobo(a)”.
O oitavo setênio (49/56 anos) marca a fase da “sabedoria”, que consiste em encontrar um ritmo de vida adequado ao declínio físico. O stress pode causar males cardíacos. Não é hora de forçar nada, apenas respeitar os próprios sentimentos. É o ciclo ideal para entrar em harmonia com o ambiente. O próprio destino já não importa mais. Há disponibilidade para servir aos outros em cargos públicos ou organizações de bairro. Em torno dos 56 anos o
homem entra na andropausa, quando há queda dos hormônios masculinos.
O nono setênio (56/63 anos) caracteriza- se pela fase da introspeção. Os sentidos definham, a visão e a audição enfraquecem. Os membros se atrofiam
em função da perda de cálcio. A memória enfraquece, especialmente se no primeiro setênio a pessoa foi intelectualmente muito exigida. Em compensação, a espiritualidade mergulha no corpo do ser humano, que começa a irradiar uma certa luz, o que atrai especialmente as crianças, donde se
explica a íntima ligação entre avós e netos. Se a pessoa mergulhar em si mesma, pode daí retirar sua criatividade.
Do décimo setênio em diante (após os 63 anos) pouco se sabe, esse período está ainda sendo pesquisado, em função do aumento da expectativa de vida do ser humano.
(Livro: Tomar a Vida nas Próprias Mãos
Autor: Gudrun Burkhard)