O adolescente possui tendência natural para comunicar-se através da ação, em detrimento da palavra. Por isso, na busca de uma solução para seus conflitos, os jovens podem recorrer às drogas, ao álcool ou à sexualidade precoce ou promíscua na tentativa de aliviar a dor ou reencontrar a harmonia infantil perdida. Enraivecidos podem orientar-se para comportamentos agressivos e destrutivos contra a sociedade. É comum observarmos um jovem manifestar sua depressão através de uma série de atos anti-sociais. O jovem deprimido confia pouco em si mesmo, tem auto-estima baixa, experimenta alterações no apetite e no sono, se auto-acusa e tem lentidão dos pensamentos. Vê a si mesmo como sem valor e, por isso, atribui suas experiências desprazeirosas a alguma falha pessoal. Tem uma visão negativa do futuro e sente que suas dores e frustrações não serão aliviadas. Estes sentimentos levam a prejuízo na saúde, dos estudos e dos relacionamentos interpessoais.
Durante um episódio depressivo o jovem costuma sentir-se inquieto ou irritado, isolar-se de amigos ou familiares, ter dificuldade de se concentrar nas tarefas, perder o interesse ou o prazer em atividades que antes gostava de realizar, sentir-se desesperançado e ter sentimentos de culpa e perda do prazer em viver. Pode também ter alterações do sono, por exemplo, ir dormir mais tarde do que costumava fazer, acordar cedo demais, ter sonolência durante o dia; e do apetite, que o leva a ganhar ou perder peso.
O jovem deprimido pode se sentir impotente para sair desta espiral descendente e, realmente, necessita de auxílio para melhorar. Este auxílio poderá vir de qualquer adulto confiável, mas a pessoa mais qualificada para ajudar nestes casos é profissional da área de saúde mental com habilidade em psicoterapia. Romper o isolamento depressivo é o primeiro passo para a mudança. Falar abertamente de seus sentimentos com um profissional de saúde mental, costuma ser de inestimável valor.